Piedade pra essa gente careta e covarde!
Blues da piedade é uma composição, lançada em 1988, no disco Ideologia. Trata-se de uma das melhores músicas do Cazuza que, na minha visão, sempre foi melhor poeta que intérprete.
Tenho um certo fascínio pela sua lucidez de raciocínio e sentimentos e pela forma como apreendeu a atmosfera da hipocrisia que reinava a seu tempo. Por incrível que pareça, a mesma hipocrisia que reina aqui e agora.
A canção blues da piedade inicia com uma batida que quer ser pesada e é gostosa e envolvente como que preparando o ouvinte para uma reflexão profunda.
Procure a música e escute a batida. Só a batida! Escute quantas vezes quiser... Eu disse só a batida... Agora, deixe-se embalar por ela... Antes que a voz do Cazuza apareça na canção, pause.
Continue... Mas, continue lendo esse texto...
"Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm".
Esses não são os miseráveis à espécie de Jean Valjean, personagem de Victor Hugo, que, movido pela fome da família, rouba um pão e é duramente condenado.
Falo dos miseráveis de espírito. "Dos que vagam pelo mundo derrotados", aceitando seus fracassos, sucumbindo a eles, remoendo problemas ínfimos, reclamando ao tempo em que se resigna e aceita a mediocridade de viver.
"Daqueles que nascem com cara de abortadas", vivos de corpos, mortos de alma. Indiferentes para com a vida de cada dia.
Aqueles que acordam e nada fazem para aliviar suas dores, pelo contrário, aumentam as suas e as do mundo.
"Pras pessoas de alma bem pequena" que se prendem à miudeza das coisas e dos fatos e estão sempre ampliando o que não merece atenção.
Para os que não enxergam a riqueza ao alcance das mãos por estarem sempre querendo o que não lhes pertence e, por isso, invejam, ferem, causam danos e matam.
Piedade, Senhor piedade!
Piedade aos "que dizem ver a luz, mas não iluminam suas minicertezas" e se acham os donos da razão e do mundo. E não escutam a ninguém, e brigam, e ofendem, e ferem, e excluem.
Piedade aos que não suportam ser contrariados, contestados e não dialogam, mas atacam. Piedade aos que só aceitam os pensamentos dos seus por serem os os seus próprios pensamentos. E não evoluem, não crescem, não andam...
E piedade aos que "vivem contando dinheiro " e se apegam à matéria tendo-a por eterna, enquanto o espírito carece, morre ou empobrece. "Aos que não mudam quando é lua cheia."
"Pra quem não sabe amar
Fica esperando alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada"
Piedade aos que procuram um amor e não lutam nem fazem nada para mantê-lo, deixando-o escapar por falta de zelo, cuidado e preguiça. Depois reclamam não ter encontrado alguém que coubesse em seus sonhos, esquecendo-se que do outro lado há alguém que também sonha e espera ser amado e compreendido.
Piedade pra essa gente covarde!
Piedade para os caretas, os moralistas, os falsos moralistas! Aos que lutam por seus próprios interesses alegando um bem maior e, por isso, se acham nobres.
Aos que fingem defender causas e são indiferentes com os necessitados que estão ao seu lado. Aos que se dizem pacíficos; bondosos; piedosos. Tende piedade!!!
Piedade dos " que estão no mundo confusos". Piedade dos "que perderam a viagem " sem nada ter aproveitado!
Agora, todos podem apertar o play de seus dispositivos para ouvir, sentir o blues da piedade e cantá-la em coro ou em forma de oração:
"Vamos pedir piedade
Senhor, piedade!
Pra essa gente careta e covarde!
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem"
Cantemos juntos, afinal, "somos iguais em desgraça" e em tudo o mais!
Piedade para essa gente indecente!
Piedade para todos nós!
Tenho um certo fascínio pela sua lucidez de raciocínio e sentimentos e pela forma como apreendeu a atmosfera da hipocrisia que reinava a seu tempo. Por incrível que pareça, a mesma hipocrisia que reina aqui e agora.
A canção blues da piedade inicia com uma batida que quer ser pesada e é gostosa e envolvente como que preparando o ouvinte para uma reflexão profunda.
Procure a música e escute a batida. Só a batida! Escute quantas vezes quiser... Eu disse só a batida... Agora, deixe-se embalar por ela... Antes que a voz do Cazuza apareça na canção, pause.
Continue... Mas, continue lendo esse texto...
"Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm".
Esses não são os miseráveis à espécie de Jean Valjean, personagem de Victor Hugo, que, movido pela fome da família, rouba um pão e é duramente condenado.
Falo dos miseráveis de espírito. "Dos que vagam pelo mundo derrotados", aceitando seus fracassos, sucumbindo a eles, remoendo problemas ínfimos, reclamando ao tempo em que se resigna e aceita a mediocridade de viver.
"Daqueles que nascem com cara de abortadas", vivos de corpos, mortos de alma. Indiferentes para com a vida de cada dia.
Aqueles que acordam e nada fazem para aliviar suas dores, pelo contrário, aumentam as suas e as do mundo.
"Pras pessoas de alma bem pequena" que se prendem à miudeza das coisas e dos fatos e estão sempre ampliando o que não merece atenção.
Para os que não enxergam a riqueza ao alcance das mãos por estarem sempre querendo o que não lhes pertence e, por isso, invejam, ferem, causam danos e matam.
Piedade, Senhor piedade!
Piedade aos "que dizem ver a luz, mas não iluminam suas minicertezas" e se acham os donos da razão e do mundo. E não escutam a ninguém, e brigam, e ofendem, e ferem, e excluem.
Piedade aos que não suportam ser contrariados, contestados e não dialogam, mas atacam. Piedade aos que só aceitam os pensamentos dos seus por serem os os seus próprios pensamentos. E não evoluem, não crescem, não andam...
E piedade aos que "vivem contando dinheiro " e se apegam à matéria tendo-a por eterna, enquanto o espírito carece, morre ou empobrece. "Aos que não mudam quando é lua cheia."
"Pra quem não sabe amar
Fica esperando alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada"
Piedade aos que procuram um amor e não lutam nem fazem nada para mantê-lo, deixando-o escapar por falta de zelo, cuidado e preguiça. Depois reclamam não ter encontrado alguém que coubesse em seus sonhos, esquecendo-se que do outro lado há alguém que também sonha e espera ser amado e compreendido.
Piedade pra essa gente covarde!
Piedade para os caretas, os moralistas, os falsos moralistas! Aos que lutam por seus próprios interesses alegando um bem maior e, por isso, se acham nobres.
Aos que fingem defender causas e são indiferentes com os necessitados que estão ao seu lado. Aos que se dizem pacíficos; bondosos; piedosos. Tende piedade!!!
Piedade dos " que estão no mundo confusos". Piedade dos "que perderam a viagem " sem nada ter aproveitado!
Agora, todos podem apertar o play de seus dispositivos para ouvir, sentir o blues da piedade e cantá-la em coro ou em forma de oração:
"Vamos pedir piedade
Senhor, piedade!
Pra essa gente careta e covarde!
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem"
Cantemos juntos, afinal, "somos iguais em desgraça" e em tudo o mais!
Piedade para essa gente indecente!
Piedade para todos nós!
👏👏
ResponderExcluirBeijinhos!!!
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