O que sou
Nas apresentações escolares, minha atuação acontecia sempre nos bastidores. Ficava encarregada de estudar o conteúdo, organizá-lo em tópicos e transcrevê-lo numa cartolina, o meio de que nos utilizávamos para expor o assunto que iríamos explicar. Na classe, essa era uma das formas que exercia liderança. E tinha até mesmo a autoridade de incluir nomes de colegas que sequer contribuíam para o trabalho, no entanto, jamais negava que eles também figurassem como representantes do grupo. A única coisa a que me recusava fazer era dirigir-me à frente para falar ou apresentar oralmente a tarefa. Mal levantava a voz a fim de tirar as dúvidas que me surgiam, de modo que acabei me tornando autodidata, quem sabe, para não precisar ficar perguntando coisas em meio à turma. Acontece que eu era tomada de uma vergonha que mal posso explicar. Conversar com os colegas na sala ou durante o intervalo ou diretamente com os professores não me intimidava. Mas falar e chamar a atenção para mim diante de t...